12 março 2008

Carlos Alberto Torres

Amigo do voudekombi, não vale me perguntar como, onde e quando me encontrei com o Capita para realizar a entrevista que segue. :o)
VDK: Caro Capita, onde e quando você nasceu?

Carlos Alberto: Nasci no Rio de Janeiro, no dia 17 de julho de 1944. Sou canceriano, nasci em São Cristóvão e fui criado em Vila da Penha, aliás, na minha querida Vila da Penha.
VDK: O futebol foi uma escolha desde menino ou o interesse foi vindo aos poucos?

Capita: Não, o futebol é minha paixão desde menino. Sempre quis ser jogador de futebol. Hoje em dia, ser jogador é legal, porque o esporte se desenvolveu muito, dá dinheiro e ganhou status. Mas, na minha época, era uma profissão que não tinha prestígio nenhum. Por isso, minha família era contra. Mas eu insisti, consegui dobrar meu pai e pude concretizar o meu sonho.
VDK: Qual foi o primeiro time onde jogou?
Capita: Comecei no juvenil do Fluminense em 1960. Fiquei lá por quatro anos. Até 1964, quando tive a emoção de participar da primeira partida oficial entre os profissionais do Tricolor Carioca. No time, conquistei o meu primeiro título de Campeão Estadual.
VDK: Você começou bem! Qual foi o pulo do gato seguinte?

Capita: Não foi um pulo do gato. Foi um pulo pras feras. As maiores feras do futebol brasileiro da época. É que, em 1965, fui convidado para jogar no Santos, considerado, naquele tempo, o melhor time do mundo. Tive a felicidade de ter como amigos e colegas de campo feras como Pelé, Coutinho, Gilmar e Zito, entre outros. O Santos era um timão! Na Vila Belmiro, tive muitas alegrias: fui convidado para ser o capitão do time e conquistei muitos títulos e campeonatos.
VDK: Então, você já era um líder nato. Um jovem lateral-direito como capitão do melhor time do mundo da época?

Capita: É, sempre tive personalidade forte e isso ajuda na hora de comandar e ter controle sobre um grupo.
VDK: Depois do Santos, vieram outras conquistas. Conte pra gente.

Capita: Bom, eu estava realmente no auge. Em 70, fui convocado para a Copa do Mundo. Aqueles momentos foram maravilhosos, foi uma felicidade muito grande pra todos jogar pela seleção brasileira e conquistar o título de tricampeões mundiais. Não só erguer a taça Jules Rimet, fruto da nossa garra pela vitória, como também voltar ao país e ser recebido de forma tão calorosa pelo povo brasileiro. Nossa! Não tenho nem como descrever aquela emoção...
VDK: Na volta, com o prestígio e a presença do time na mídia, muitas portas se abriram?

Capita: Não foi só na época, não, as portas continuam abertas até hoje: sou convidado para reuniões, palestras, jogos, comerciais e eventos relacionados ao futebol.
VDK: Quando você voltou ao Brasil, como o talentoso "Capita" (capitão em italiano), ficou muito deslumbrado com o sucesso?

Capita: Nem um pouco. Sou uma pessoa humilde. Perseverante, de personalidade forte, mas humilde. Voltei para o meu time, o Santos, após rápidas passadas pelo Botafogo e o Flamengo. Fiquei no Santos durante onze anos, até 1976.
VDK: É um longo período, se comparado à permanência nos clubes dos jogadores atuais.

Capita: Como eu disse, o futebol de hoje está muito mudado. O esporte cresceu bastante e há mercado e oportunidades no mundo todo. Assim, os jogadores mudam de time, conforme seus interesses profissionais e financeiros. Eu sou do tempo em que a gente vestia a camisa do time, no sentido literal e no sentido mesmo de fidelidade - ao time e ao nosso grupo de jogadores.
VDK: Em 1976, você foi convidado para jogar em que time?

Capita: Voltei para o Fluminense. Na época, o melhor time, chamado de "A Máquina" Tricolor. Joguei lá um ano, saí por 4 meses para jogar no Flamengo, e depois voltei para o Flu. Engraçado, é uma coincidência: o Fluminense foi meu primeiro e último time pelo qual joguei no Brasil.
VDK: Se foi o último, no Brasil, isso quer dizer que você botou o pé - e as talentosas pernas - no mundo.

Capita: É. Fui convidado para jogar no Cosmos, de Nova York. Na época, o Cosmos era o time mais famoso do mundo. Lá, como no Santos, tive a sorte de fazer parte de um time de craques, como Pelé, Beckenbauer, Chinaglia, entre outros. Ganhamos três títulos de campeões nacionais.
VDK: Uma conquista rara, num país que só tem perna-de-pau...

Capita: Realmente, pros torcedores americanos, foi a glória. Eu me sinto muito realizado por ter ficado no Cosmos por seis anos e ter impulsionado o futebol americano. Eles passaram a se interessar pelo futebol, a partir daquela época, por causa do sucesso do Cosmos.
VDK: Vocês, então, tiveram a Terra do Tio Sam aos seus pés...

Capita: Éramos muito famosos mesmo, porque vestíamos a camisa de um time super badalado, que pertencia à poderosa e prestigiada Warner Communication. Depois dos jogos, costumávamos receber no vestiário astros como Mick Jagger e Robert Redford.
VDK: Puxa, que sorte! Com tanta atividade esportiva, ainda dava tempo para as badalações?

Capita: É claro! Pegamos a melhor fase de Nova York. Foi o boom das discotecas, uma época muito legal. Juntou tudo: o prazer de jogar no Cosmos, morar numa cidade maravilhosa como Nova York e freqüentar os melhores restaurantes e boates, sempre como convidados vips. Foram seis anos muito bacanas na minha vida.
VDK: Depois dessa agitação toda, você deu um tempo e descansou?

Capita: Isso mesmo. A agitação durou até setembro de 1982, quando saí do Cosmos e encerrei minha carreira de jogador de futebol.
VDK: Gostaria que você, como um jogador genial, motivo de alegria e orgulho para os brasileiros, deixasse uma mensagem para os amigos do voudekombi.

Capita: Meu lema é sempre humildade e perseverança. São as chaves do sucesso. E, claro, minha última mensagem é que todos os brasileiros nunca deixem de torcer e apoiar a nossa seleção.
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Temendo perder jogadores no meio do ano, quando reabrem as inscrições no futebol europeu, os dirigentes do Botafogo já pensam em reforçar o elenco para o Campeonato Brasileiro. Assim como fizeram no início da temporada, os cartolas vão atrás de reforços em outros países sul-americanos. Nesta quinta-feira à noite, o colaborador Ricardo Rotenberg embarca para Buenos Aires para observar a rodada do Campeonato Argentino e viabilizar algum reforço no país. A intenção alvinegra é contratar um meia e um atacante, já que o argentino Escalada, que chegou acima do peso ao clube, não agradou e deve ser dispensado nos próximos dias.
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Vale a pena rir (ou chorar) de novo...

11 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia a todos do VDK.
Fiquei sem sinal de manhã e só agora estou conseguindo postar, sorry. O VDK para mim é leitura diária obrigatória :o)))
Essa entrevista foi simplesmente espetacular, Grande "Capita" que nos deu a copa de 70 junto com aquele timaço que encantava.
Nem precisa de comentários, Felizes aqueles que virão ao vivo e a cores.

Olha só que situação: O Flamengo joga contra o Mesquita com todos os titulares, depois pega o Fogão no Domingo com os reservas.
Se o Bota ganhar. Se ganhar.
Não será mais que obrigação pois o Fla estará com time reserva, por outro lado se o Fogão perder, será aquele vexame :o(((
Continua.......

Anônimo disse...

E o pior que esse tabu já está incomodando alem da conta.
Com a vitória do Cenciano ontem, o Fla tem obrigação de vencer o próximo jogo senão corre o risco de ficar nas oitavas, mas como bom Botafoguense vamos secar o Mengão, uma derrota no domingo e depois na quarta, seria o máximo, não????

Hoje começa o caminho do Norusca em busca dos 9.
Força Norusca,
Força Fogão!!!!!

Abs a todos,
Tarcisio

Pédre Cóshta disse...

Noblíssim, xlént'éntrevista!!! :-))
É ainda na parei d'rir com a sua introdução à entrevista! Fique descansád, na fáce n'nhuma p'rgunta!(ris'sh)

Noblíssim'sh botafoguéns'sh, há, em Port'gál, um pr'grama chamád Liga dos Últimos, ´com reportagens sobre os piores últimos classificados de todas as divisões, quer nacionais, quer distritais, de Portugal e é munte engraçád!!!
Mas... porque carga de água é que eu estou a falar disht aqui?
Por causa disht:
http://www.youtube.com/watch?v=kcpb4NGr9_Q

(ris'sh)

abraces, noblíssim'baian e ircénse Chique e noblíssim'sh kombêr'sh!!!

Chico da Kombi disse...

Noblíssim'Pédre,
O amarelão Botafogo português é uma comédia e só tem bebum na torcida. Mas gostei do empate em 1 a 1 contra o Sarilhense. Bora sair da lanterna, Fogão Luso! :o)
As respostas do Capita são sinceras e verdadeiras. Agora, o entrevistador é mais falso do que moeda de 3 reais. :o)
Abraces.

Tarcisão,
O Norusca tem que atropelar o vice-lanterna Rio Claro pra não ficar longe do G-4.
O Cuca está certo. Temos que esquecer o Flamengo e pensar no poderoso Duque de Caxias.
Força Fogão!
Força Norusca!
Abraço.

Anônimo disse...

Caramba!!!!!!!!!
Ri muito com este video do Botafogo (de Amarelo) Portugues. Muito Boa PC, valeu: Algumas tiradas: "sempre prejudicado" "Não merecia estar onde está" "Recuperar a dignidade que estava perdida" "algum dia vai ter que ganhar" a melhor: "O Botafogo tinha o pássaro na mão e deixou fugir e ......acabou"
Também, Botafogo de Amarelo, não dá.
Valeu PC,
Abraces,
Tarcisio
:o(((

snoopy em p/b disse...

kombeiro,
sensacional a entrevista...
meus parabéns!!!

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é bom que o fogão se reforçe mesmo, pra não acontecer o mesmo do ano passado...

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hilário, se não fosse cômico...

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saudações botafoguenses!!!

Odair Porcolino disse...

Chic�o e amigos do VDK.
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Grande entrevista com o "Capita".
me faz lembrar de Z� Maria, Forlan e Eurico, laterais dos 4 grandes de SP.
Muito "fraquinho" esse Carlos Alberto Torres. N�o jogava nada.
S� jogou na sele�o de 70 porque jogava no grande Santos da �poca.
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Chic�o, o Flamengo vai jogar com os reservas diante do "Glorioso"?
O Fog�o n�o tem Thiago Neves, mas tem Wellington Paulista. Se cuida Joel Prancheta, sen�o voc� toma mais 4.
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Pedro Costa, nobre Portugu�s.
Esse Botafogo portugu�s a que divis�o pertence no futebol de POrtugal.
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Esse campo de terra onde foi realizado o jogo contra o Sarrilhense me faz lembrar quando eu jogava na v�rzea, aqui na perifieria de Sampa.
Meu amigo: Se chovia as chuteiras pesavam uma tonelada cada uma, devido a quantidade de barro que ficava grudada.
Mas se o campo estivesse seco e ventava, ningu�m enxergava niongu�m devido a poeira.
Um abra�o.
Odair Porcolino

Iara Alencar disse...

hhahahaah voce ainda lmbra disso??

abraço amigo..parabens pela entrevista.

Pédre Cóshta disse...

Noblíssime'Chique, nas 3ª e 4ª divisões nacionais portuguesas e nos distritais (regionais), os protagonistas (além dos xingamentos a árbitros e os treinadores! ris'sh) são os bares dos clubes da casa. Os jogos costumam ser o pretexto para comer (bifanas no pão) e beber (cerveja e vinho) a preços baixos.
E, no programa, entrevistam os castiços. :-))

Noblíssim'Tarcísi', a 2ª parte da reportagem! :-))
http://www.youtube.com/watch?v=-XTCJY-JmO4&feature=related

Noblíssim'Ódair, é pense que o Botafogo eshteja na primeira divisão distrital de Setúbal.

abraces, noblíssim baian e ircénse Chique e noblíssim'sh kombêr'sh!!!

kikabasan disse...

Oi Chico, como vai?
Bela entrevista, melhor ainda a piada...kkkkkk!
Abraços verde-limão.

Chico da Kombi disse...

Olá Kika!
Parabéns pela vitória do Palmeiras que entrou no G-4.
Dá-lhe Vandeco Luxeco!
Abraço verde.

Saudações alvinegras para os amigos Snoopy e Odair Porcolino.

Beijo para a Iara "Pintinha de Ouro".

Tarcisão,
O Norusca ganhou de virada, meu rei.
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