09 março 2007

Raimundo Sodré

O cantor e compositor Raimundo Sodré é um dos mais injustiçados artistas do Nordeste. Teve sua carreira de certa forma abortada. Depois de conseguir um estouro nacional, em 1980, com a música A Massa e LP homônimo, não emplacou mais nenhuma. Assim, diluiu sua projeção dentro da Música Popular Brasileira (MPB). Apesar de ter lançado mais dois trabalhos de consistência nos dois anos seguintes, o impacto nunca foi o mesmo. Com sua música recheada de nordestinidade, principalmente a derivada da música do Recôncavo, como chulas e sambas de roda, Raimundo Sodré fez uma música de cunho popular, porém, recheada de uma lírica de primeira qualidade.
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O poeta do Recôncavo nasceu em 20 de julho de 1948, na cidade de Ipirá, zona limítrofe entre o Sertão e o Recôncavo baiano. Criado entre esta cidade e Santo Amaro da Purificação, o autor e compositor Raimundo Sodré desde cedo já bebia na fonte do imenso caldeirão cultural da região onde cresceu. Antes de despontar para o Brasil com o hit A Massa, terceiro lugar no Festival MPB, seu caminho não foi fácil. Largou a Faculdade de Medicina em 1972 e foi morar em São Paulo, vivendo de aulas de violão e shows em barzinhos. Pelejou como vendedor de gravador e trabalhou em financeira. A carreira só começou a engrenar quando passou a fazer algumas apresentações em casas noturnas de São Paulo, como na extinta Partido Alto.
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Honrando sua forma de compor como violeiro na composição e no canto, Raimundo Sodré é um seguidor de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, "chegando junto dos mestres de chula" da Bahia, mas tem uma especial atenção com a base rítmica da sua música. Sua formação musical inclui um contato íntimo com a percussão, uma vez que a mãe e a tia participavam dos ritos de Candomblé e, desde os sete anos, ele aprendeu a tocar os três tipos de atabaques: o lê, pi e rum, do mais agudo ao mais grave, respectivamente, dentro da cadência para a evocação dos orixás.

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______A Massa
A dor da gente é dor de menino acanhado
Menino-bezerro pisado no curral do mundo a penar
Que salta aos olhos igual a um gemido calado
A sombra do mal-assombrado é a dor de nem poder chorar
Moinho de homens que nem girimuns amassados
Mansos meninos domados, massa de medos iguais
Amassando a massa a mão que amassa a comida
Esculpe, modela e castiga a massa dos homens normais
Quando eu lembro da massa da mandioca mãe, da massa
Quando eu lembro da massa da mandioca mãe, da massa
Nunca mais me fizeram aquela presença, mãe, da massa
Da massa que planta a mandioca, mãe, da massa
A massa que eu falo é a que passa fome, mãe, da massa
A massa que planta a mandioca, mãe, da massa
Lelé meu amor lelé
Lelé meu amor lelé
No cabo da minha enxada não conheço "coroné"
No cabo da minha enxada não conheço "coroné"
Eu quero mas não quero (camarão)
Mulher minha na função (camarão)
Que está livre de um abraço (camarão)
Mas não está de um beliscão
Torna a repetir meu amor: ai, ai, ai!
Torna a repetir meu amor: ai, ai, ai!
É que o guarda civil não quer a roupa no quarador
O guarda civil não quer a roupa no quarador
Meu Deus onde vai parar, parar essa massa
Meu Deus onde vai rolar, rolar essa massa
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A Loira no Cassino
Uma loira muito sensual entrou num cassino, trocou dez mil dólares por fichas e dirigiu-se à mesa da roleta. Lá chegando, anunciou que apostaria todo o seu dinheiro e que acertaria os números em um único lance. E, fitando os dois empregados responsáveis pela roleta, acrescentou:

- Olha, espero que vocês não se importem, mas tenho mais sorte quando estou toda nua...
Dito isto, ela se despiu completamente, e depois colocou as fichas todas sobre a mesa. Inteiramente abestalhado, o "croupier" acionou a roleta. Enquanto esta girava, a loira cantava:
- Mãezinha precisa de roupas novas... mãezinha precisa de roupas novas...

Assim que a roleta parou, ela começou a dar grandes pulos e a gritar:
- Ganhei!! Ganhei!!! Que Maravilhaaaa!! Ganheeeiii!!...

Ela então abraçou e beijou cada um dos croupiers. Em seguida debruçou-se sobre a mesa e recolheu todo o dinheiro e as fichas. Vestiu-se rapidíssimamente e se mandou. Os croupiers se entreolharam boquiabertos. Finalmente, um deles, voltando a si, perguntou:
- No quê que ela apostou, você viu?
E o outro:
- Eu não... Pensei que você estivesse olhando...
...

Moral: Nem toda loira é burra, mas homem é sempre homem...
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Chico da Kombi

6 comentários:

Anônimo disse...

Gosto dessa música!!! Ele me lembrava o Gil cantando... Lelé, meu amor Lelé....

Arthur Virgílio disse...

Não conheõ não meu REI

Iara Alencar disse...

Nunca nem ouvi falar deste cidadão.
um beijo amigo.
vai no largadosnailha.blogspot.com e deixe seu comentario para meus textos...agora estou participando como blogueira com uma amiga dani.

Chico da Kombi disse...

Mestre Ambrósio,
Vi seu comentário no J.A. e, saudoso daquele festival de 1980, postei a letra completa de "A Massa" e o perfil de seu autor.
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Fernando, Arthur e Iara,
Vocês são jovens demais para lembrar desta música!
Em 1980, eu tinha 19 anos.
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Abraços.

Eliezer disse...

O que anda fazendo hoje, artisticamente, o Raimundo Sodré?

Evaldo disse...

A questão é: por que este artista tão talentoso não emplacou? Não tinha dinheiro para pagar o "jabá" exigido para sua divulgação? Não teve o "apadrinhamento" necessário? Esse cara deveria estar entre os grandes artistas brasileiros, mas, ainda assim, não lhe foi possível "emplacar", pois a mídia é quem decide quem sobe e quem não sobe!

Não sei se foi o caso dele, mas a questão é de muita suspeição e só ele pode responder. Afinal ele tinha TUDO para ser um "star" nacional. O que houve? Quais conflitos impediram isso? Vamos lá Raimundo Sodré, afinal, você ainda É você e pode voltar a SER VOCÊ. NÃO DESISTA DISSO! Você é bom pra Ca........uaka!!!!!!!!!!!!!!!!