08 fevereiro 2007

Beth Carvalho

Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu no Rio de Janeiro, no dia 05 de maio de 1946. Seu contato com a música foi incentivado pela família, ainda na infância. Aos oito anos, ouvia emocionada as canções de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida, que eram grandes amigos de seu pai. Sua avó Ressú, tocava bandolim e violão. Nas festinhas e reuniões musicais dos anos 60, nascia a cantora, influenciada por tudo isso e pela Bossa Nova. Em 1964, seu pai é cassado pelo golpe militar, somente por ter pensamentos de esquerda. Beth, nessa ocasião, passou a dar aulas de violão para 40 alunos. Foi uma forma de segurar a barra pesada que sua família enfrentou com a ditadura. Por causa dessa formação política vinda de seus pais, Beth Carvalho é uma artista engajada nos movimentos sociais, políticos e culturais do Brasil. Gravou o hino do MST (Movimento dos Sem Terra), movimento esse que Beth é muito ligada por considerá-lo o mais importante do país.
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Diz o poeta que todo artista tem que ir onde o povo está. Esses versos, além de grande verdade, definem com rara precisão a atitude de Beth Carvalho diante da vida, do cotidiano. Beth é inquieta. Não espera que as coisas lhe cheguem. Vai mesmo buscar. Pagodeira, conhece a fertilidade dos compositores do povo, e mais do que isso, conhece os lugares onde estão, onde vivem, onde cantam, como cantam e como tocam. Freqüentadora assídua dos pagodes, entre eles os do Cacique de Ramos, Beth Carvalho revelou artistas como Zeca Pagodinho, Grupo Fundo de Quintal, Jorge Aragão, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Sombrinha, Luis Carlos da Vila, Bezerra da Silva, entre outros.
Mais do que isso, Beth trouxe um novo som ao samba, porque introduziu em seus shows e discos, instrumentos como o banjo com afinação de cavaquinho, o tan-tan e o repique de mão, que até então eram utilizados exclusivamente nos pagodes do Cacique de Ramos. A partir daí, esta sonoridade se proliferou por todo o país e Beth Carvalho passou a ser chamada de Madrinha do Samba. Sambista de maior prestígio e popularidade do país, é aclamada também como Diva dos Terreiros e Rainha do Samba.
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Em 1984, foi enredo da Escola de Samba Unidos do Cabuçu. O título do enredo foi “Beth Carvalho, a enamorada do samba”. A escola foi campeã, subindo assim para o Grupo Especial. Como o Sambódromo foi inaugurado neste mesmo ano, Beth e a Cabuçú foram as primeiras campeãs do Sambódromo. Dentre todas as homenagens já feitas à grande cantora, Beth considera esta, a maior de todas. “Não existe no mundo, nada mais emocionante do que ser enredo de uma escola de samba. É a maior consagração que um artista pode ter”, declara a sambista.

Em 1997, tornou-se uma cantora interplanetária, quando a música Coisinha do Pai, grande sucesso de seu repertório, foi programada pela engenheira brasileira da Nasa, Jacqueline Lyra, para ativar o robô em Marte.
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Beth Carvalho -
Geografia Popular
(Beth Carvalho)
Gente boa, onde Aniceto está?
Foi pra bem longe
Quero ver quem vai dizer em versos
Onde se esconde
Vou sair mas volto já, meu bem
Eu não demoro
Vou pegar um parador alí

Em Deodoro
Lá na casa do Osmar
Tem um pagode bem legal
Eu saí de Deodoro e cheguei
Em Marechal
Salve a lira do amor
Escola de grandes partideiros
E depois de Marechal, o que é que vem?
Bento Ribeiro
Vou pra terra de Candeia
Onde o samba me seduz
Pois lugar de gente bamba, onde é?
Oswaldo Cruz
Lá na Portela
Ninguém fica de bobeira
Mas o Império Serrano também é
Em Madureira

Quem é bom já nasce feito
Quem é bom não se mistura
Que saudade do pagode do Arlindo
Em Cascadura
Já pedi pro meu São Jorge
Pra guiar o meu destino
Na igreja do Guerreiro eu rezei
Lá em Quintino
Tem Botija, Água Santa, Usina
E universidade
Alô, Caixa, alô, 18, alô, Povão
Da Piedade
Vou seguindo a trajetória
Mas o trem tá muito lento
E a parada obrigatória, onde é?
No Engenho de Dentro
Méier, Engenho Novo, Sampaio, Rocha
Que canseira
Riachuelo, São Francisco, até que enfim
Minha Mangueira
Maracanã, São Cristóvão
Lindo bairro imperial
Só depois de Lauro Muller
Amor, Cheguei lá na Central


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__________Caipira no Rio

Um caipira resolve levar os seus porquinhos para conhecer o Rio de Janeiro. Chegando lá, ainda na rodoviária, um surfista carioca resolve zoar o turista:

- Ô caipira, o quê você tá fazendo aqui?

- Uai, sô! Vim trazer os bichinho pra cunhecê o mar.

- Só...!!! Os porquinhos tem nome?

- Lógico que tem, sô! Essa daqui é a Suatia, a do meio é a Suavó...

O carioca querendo sacanear:

- Deixa eu adivinhar... então aquela alí deve ser a Suamãe?...

- Né não, sô! Aquele dalí é macho, é o Seupai. A Suamãe eu comí onti...

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3 comentários:

Anônimo disse...

Chico,
a Beth, além de ser tudo isso que vc comentou, é uma simpatia!
E, já que vc falou no Luiz Carlos da Vila, adoro a música "Além da razão", composta por ele, Sombra e Sombrinha.
Beijos, meu querido amigo.

Chico da Kombi disse...

Guerreira Bea,
Não publiquei a principal e mais importante virtude da Beth Carvalho: BOTAFOGUENSE!
Beijo, guerreira amiga.

Anônimo disse...

Chico,
ela é:
botafoguense como vc,
mangueirense como eu!
É ou não é uma grande mulher?? rsrs
Beijos,querido.