
E que sorria e acenava para o público. Parava durante a corrida, conversava com o público ao longe, que observava e admirava. Emil Zatopek conquistou o mundo, dominou as pistas e as ruas nas corridas em que participou.
Este tcheco deixou sua assinatura na história do atletismo ao conquistar três medalhas de ouro em provas de longa distância em uma Olimpíada. Isto foi nos Jogos de Helsinque(Finlândia), em 1952. No dia 27 de julho de 1952, Emil Zatopek chegava a três medalhas de ouro na mesma Olimpíada. Primeiro, garantiu a vitória em sua especialidade, os 10 mil metros, com 29min17. O atleta brincava que havia decidido correr também os 5 mil metros porque não tinha nada para fazer até a disputa da maratona. Já nas eliminatórias, Zatopek tornou-se o favorito das torcidas, pois conversava com outros corredores, parava na pista, acelerava o ritmo. Na final, venceu apertado, mas garantiu mais uma medalha de ouro. Só restava a maratona. Zatopek revelou mais tarde que, como não possuía nenhuma tática para correr os 42.195 metros, decidiu acompanhar o britânico Jim Peters, dono da melhor marca mundial na época. A certa altura da prova, o tcheco teria perguntado se o ritmo estava bom, ouvindo, como resposta, um ríspido "está lento".

Não teve dúvidas: disparou e não deu chances para nenhum outro adversário. Entre um passo e outro, ainda arriscou caretas para as câmeras de TV, que registravam uma sátira do próprio atleta se fingindo de cansado. Peters sequer terminou a maratona. A atuação impecável de Zatopek lhe renderia o apelido que o acompanharia para o resto de sua vida. Depois dos Jogos de Helsinque ele se tornaria a Locomotiva Humana. Emil Zatopek não era apenas um atleta espetacular. Era um homem carismático. E isso fazia com que sua popularidade somente crescesse com o passar do tempo. Seu nome, porém, passou a ficar conhecido quatro anos antes de sua consagração, na disputa dos Jogos de Londres, em 1948. O atleta tcheco garantiu uma medalha de ouro nos 10 mil metros e uma de prata nos 5 mil metros. Irreverente e inovador, ele conseguia chamar a atenção até mesmo fora das competições. Foi dele a idéia de um treinamento pouco comum, que mais tarde seria copiado por atletas do mundo inteiro. Em seus treinos para as provas mais longas, ele preferia correr vários trechos de 400 metros em alta velocidade. O público brasileiro teve a oportunidade de ver de perto o atleta tcheco. Em 1953, Zatopek disputou a mais tradicional prova de rua do atletismo brasileiro: a Corrida de São Silvestre. Naquele ano, todos os adversários lutavam mesmo era pelo segundo e terceiro lugares, porque o primeiro já tinha dono. Ele não decepcionou. Além de ganhar a prova, quebrou o recorde dos 7.300 m do percurso, fazendo o tempo de 20min30s4. Quando cruzou a linha de chegada, o segundo colocado estava a 500 m dele. Nascido na cidade tcheca de Koprivinice no dia 22 de setembro de 1922, Zatopek chegou a trabalhar numa fábrica de sapatos em sua cidade, antes de se dedicar integralmente ao atletismo.
O tcheco se aposentou em 1958, somando 38 títulos nos 10 mil metros. Sua despedida foi no Cross-country de San Sebastian, na Espanha, onde obteve a sua última grande vitória, aos 35 anos. Em 2000, Zatopek sofreu um derrame cerebral, passou 22 dias internado, mas não resistiu e, no dia 22 de novembro morreu, deixando, porém, a marca da agilidade, do talento e da simpatia da eterna Locomotiva Humana.
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Os três últimos desejos de Alexandre – O Grande
Quando, à beira da morte, Alexandre convocou os seus generais e relatou seus três últimos desejos:
1 - Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2 - Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas); e
3 - Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.
Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões. Alexandre explicou:
1 - Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;
2 - Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
3 - Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.
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