17 janeiro 2007

Alceu Valença

O cantor e compositor Alceu de Paiva Valença nasceu em 1º de julho de 1946, em São Bento do Una-PE, nos limites do sertão com o agreste pernambucano. É considerado um artista que atingiu maior equilíbrio estético entre as bases musicais nordestinas com o universo dos sons elétricos da música pop. Influenciado pelos negros maracatus, cocos e repentes de viola, Alceu Valença conseguiu utilizar a guitarra, - que chegou a galope montada nas costas do rock'n'roll de Elvis - com baixo elétrico e, mais tarde, com o sintetizador eletrônico nas suas músicas.
Por conta disso, conseguiu dar nova vida a uma gama de ritmos regionais, como o baião, coco, toada, maracatu, frevo, caboclinhos e embolada e repentes cantados com bases no rock'n'roll. O mago de Pernambuco amadurece a idéia de colocar a guitarra, e o teclado nessas vertentes da música da sua região. A atitude em si não é novidade à medida que os tropicalistas já tinham fundido o baião de Luiz Gonzaga com as guitarras. Alceu, entretanto foi mais fundo: pesquisou duplas de emboladores como Beija Flor e Treme Terra, Geraldo Mouzinho e Caximbinho, se embolou com os maracatus de Pernambuco, bebeu na fonte dos aboios mouriscos, dos pífanos, rabecas e pandeiros, cozinhou tudo na panela do rock e o resultado é uma obra atemporal, de excelente qualidade.
Sua música e seu universo temático são universais, mas a sua base estética está fincada na nordestinidade.
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Descida da Ladeira (Alceu Valença)

Eu só acredito em vento / Que assanha cabeleira / Quebra portas e vidraças / E derruba prateleiras / Se fizer um assobio esquisito / Na descida da ladeira / Eu só acredito em chuva / Se molhar minha cadeira / De palhinha na varanda / Minha espreguiçadeira / Se fizer poça na rua, acredito / Nessa chuva de peneira / Eu só acredito em lama / Se for escorregadeira / Como casca de banana / Tobogã de fim de feira / Alceu Valença já não acredita / Na força do vento que sopra e não uiva / Na água da chuva que cai e não molha / Já perdeu o medo de escorregar.

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Na Primeira Manhã (Alceu Valença)

Na primeira manhã que te perdi / Acordei mais cansado que sozinho / Como um conde falando aos passarinhos / Como uma bumba-meu-boi sem capitão / E gemi como geme o arvoredo / Como a brisa descendo das colinas / Como quem perde o prumo e desatina / Como um boi no meio da multidão / Na segunda manhã que te perdi / Era tarde demais pra ser sozinho / Cruzei ruas, estradas e caminhos / Como um carro correndo em contramão / Pelo canto da boca num sussurro / Fiz um canto demente, absurdo / O lamento noturno dos viúvos / Como um gato gemendo no porão / Solidão.

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__________Cumprindo a Lei

A deliciosa morena se aproximou do lago deserto, olhou ao redor para se certificar de que não havia ninguém por perto e tirou toda a roupa.
Quando se preparava para dar o primeiro mergulho, um guarda saiu de trás de uma árvore.
- Desculpe, senhorita, mas é proibido nadar neste lago.
A moça corou de vergonha.
- E por que o senhor não avisou antes d'eu tirar a roupa?
- É... bem... - respondeu nosso herói - É que não existe nenhuma lei proibindo tirar a roupa na beira do lago!

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Chico da Kombi

2 comentários:

Anônimo disse...

Ah Chico...
eu ADOOOOOOOROOOOOOOO Alceu!
Obrigada, querido, muito obrigada, por dar vida as nossos sonhos, nessa viagem em sua Kombi!
Beijos,
da sua amiga que tem os olhos da "belle de jour". rsrsrsrs
Beatriz

Chico da Kombi disse...

Que bom que meus irmãos Oliveira também gostam do Alceu Valença!
Axé, Guerreira!
Axé, Mestre!