São João no Porto

Com a chegada do verão europeu, a cidade portuguesa do Porto prepara-se para “pegar fogo” com os festejos de São João, o padroeiro da cidade. Do Cais da Ribeira, na “Baixa”, como eles dizem, por muitos bairros da cidade, até o amanhecer nas praias da foz do Rio Douro, a cidade mergulha na sua noite mais animada e mais longa do ano e mostra o seu lado festeiro. É a noite do dia 23, por eles definida como “a noite de todas as folias, contentamentos e sensualidades, a noite mais alegre do ano, em que multidões de pessoas vêm para a rua festejar o santo que favorece os amores”. Se aqui no Brasil o São João Batista dos festejos juninos é conhecido como “do carneirinho”, o do Porto podemos dizer que é “do martelinho”. Isso porque, varando noite e madrugada, toda a população é munida de pequenos martelos de plástico com os quais vão dando pancadas leves nos amigos e nos desconhecidos. O clima é de boa convivência e total alegria, é a noite mais feliz e longa do ano. As semelhanças com as cidades interioranas nordestinas são muitas. As fogueiras são ateadas nas ruas, por grupos de moradores e amigos que, saltando por cima delas, demonstram a sua coragem. As fogueiras também têm virtudes purificadoras, tendo em vista a saúde, o casamento e a felicidade. À meia-noite há os fogos de artifício da Ponte Dom Luís, o auge da festa, com a multidão em ambas as margens: a do Porto e a de Vila Nova de Gaia. Os bares e restaurantes lotam. Dura uns 20 minutos, ao som dos martelinhos nas cabeças das pessoas, alguns balões nos céus e um palco montado no Cais da Ribeira, para ranchos folclóricos, quadrilhas, bandas e grandes nomes da música popular portuguesa. O cenário ganha em magia com o vai-e-vem de inúmeros barcos, que povoam o rio, como na procissão do Senhor dos Navegantes na Baía de Todos os Santos. Nas barracas de petiscos onde o chope rola solto, é comum ouvir a baianíssima Daniela Mercury e sua “Ilê Ayê, Pérola Negra”, o axé cantado de cor e em coro pela multidão.
É o mergulho de cabeça no cultura local, uma festa nacional, vem gente de todos os cantos, e transmitida ao vivo pela TV para todo o país. A parte gastronômica da festa é um capítulo à parte e bem original, totalmente diferente da nossa: nem sombra de milho e amendoim.
O quente lá são as sardinhas assadas, em pequenos fogareiros, com batatas e pimentões também assados.
Na famosa noite se toma caldo verde com broa, come-se carneiro (cada vez menos) e uma salada de pimientos (alguns levemente picantes).
Há quem diga que o consumo do cabrito se deve à presença deste animal nas imagens do santo e que a sardinha foi introduzida mais tarde por ser mais barata e abundante nesta época do ano, mas as origens desta tradição são pouco precisas. A sobremesa é um doce de leite bem cremoso.
Viva São João no Porto!
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124 Luiz Felipe Scolari se despediu de Portugal antes do que queria.

Já anunciado como novo treinador do Chelsea, ele não conseguiu levar a seleção rubro-verde à segunda final de Eurocopa consecutiva. A Alemanha fez uma partida completa na Basiléia, contou com a maioria esmagadora da torcida, venceu por 3 a 2 com méritos e está classificada para a semifinal.

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